Retorno precoce à faculdade.

Começo de agosto e havia chegado um dos momentos mais embaraçosos da minha vida, teria que deixar meu bebê pra ir à faculdade.
Eram apenas 4 horas distantes mais pra mim significava uma eternidade, passei uma semana lagrimando quando saía de casa, meu curso era noturno e quem ficava com o Luiz era o papai dele, eu tirava de tarde 120 ml de leite materno na mamadeira e colocava no congelador, no começo eu ficava muito dispersa nas aulas, só pensava em voltar pra casa para ver o meu filhote, ligava de 15 em 15 minutos pra saber se ele estava bem. Engana-se quem pensa que universidade é igual o oba oba do ensino médio, logo no primeiro semestre eu levei um baita choque, tive que aprender a criar disciplina e organização, eram muitos trabalhos e prazos pequenos só que além da faculdade e de cuidar do Luiz eu tinha outros afazeres como cuidar das coisinhas dele lavar e passar as roupinhas, arrumar a casa, fazer comida e ainda tinha que cuidar de mim e é óbvio que eu sempre ficava em último lugar, no começo era tranquilo o Luiz era pequeno, não dava trabalho só mamava e dormia, nesse meio tempo que ele dormia eu ia cuidar dos meus afazeres só que depois ele foi reduzindo o tempo da soneca e foi ficando cada vez mais difícil estudar, lavar, passar e me cuidar, comecei a tentar estudar de madrugada mas não deu muito certo, com o cansaço do dia-a-dia à noite eu estava esgotada e pra variar tinha o pai do bebê que sempre me criticava por ter voltado à estudar tão cedo, ele dizia que mãe de verdade não largava filho pequeno por besteira, agora vê? Eu ainda tinha que aturar um comentário machista e ridículo todo dia.
Como nem tudo são flores além das maravilhas da maternidade existem as dificuldades, e como já era de se esperar eu priorizei o meu filho e levei bomba na universidade logo no primeiro semestre, fiquei de dependência, como diz minha avó: mãe não pode abraçar o mundo, é mais que sina ter que abrir mão das coisas pelos filhos; por uma lado ela estava certa entretanto, o sonho que já havia sido adiado uma vez de eu ter uma graduação e uma profissão respeitável pra suprir as necessidades do meu filho felizmente eu não irei abrir mão, com calma tudo dá certo, pra tudo tem jeito, menos pra morte.