#8demarço mais ainda precisamos lutar!



Os movimentos operários surgiram no final do século 19 originando assim as organizações femininas que protestavam às condições subumanas de trabalho. Em março de 1885 operárias têxtil de Nova Iorque estavam entrando em greve reivindicando por melhorias como igualdade salarial, redução do horário de trabalho de 16 horas para 10 contudo a reivindicação não foi aceita e violentamente 130 tecelãs foram trancadas dentro da fábrica que foi incendiada e as mulheres morreram carbonizadas.


Mas foi em 8 de março de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, que cerca de 90 mil mulheres operárias na Rússia organizaram um manifesto contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra, em um protesto que ficou conhecido como “Pão e Paz”. A partir de então, a data foi escolhida para lembrar a mobilização para a conquista de direitos da mulher.

Com muita luta, repressão as mulheres foram conquistando seu espaço na sociedade, vejamos algumas dessas conquistas:
Voto: Em 1792 a Inglaterra pioneira revolucionou permitindo que as mulheres votassem pela primeira vez, no Brasil porém as mulheres só conseguiram votar em 24/02/1932.
Em 1932 Bertha Lutz foi uma das idealizadoras do Partido Republicano Feminino e articuladora da conquista do voto feminino no Brasil.
Em 1934 Carlota Pereira é eleita a primeira deputada do Brasil.

Pílulas anticoncepcionais: Em 1961 a comercialização da pílula causou uma revolução, criada por dois médicos norte americanos e financiada pela ativista Katharine McCormick, a pílula concedeu um direito nunca antes permitido que é o direito de decidir o futuro do nosso corpo.
Direito à educação: Surge no Brasil em 1827 a primeira lei permitindo que as mulheres frequentassem às escolas elementares apenas pois as avançadas lhes era proibidas. Só em 1879 que a situação mudou e as mulheres foram aceitas no ensino superior porém eram criticadas pela sociedade. 

Literatura: No século XVII (1972) Mary Wollstonecraft escreve seu livro em prol das lutas femininas: A reivindicação dos diretos das mulheres.
Em 1832 Nísia Floresta, a primeira feminista do Brasil traduziu e adaptou o livro de Mary acrescentando seus comentários sobre a situação no Brasil.
Em 1949 Simone de Beauvoir publica o livro: o Segundo sexo

Igualdades: Em 1945 através da Carta das Nações Unidas foi reconhecida a igualdade de direitos entre homens e mulheres. É criado no dia 27 de agosto foi sancionado o Estatuto da Mulher casada, que garantiu entre outras coisas que a mulher não precisava mais de autorização do marido para trabalhar, receber herança e em caso de separação ela poderia requerer a guarda dos filhos.

Combate à violência : Em 1980 é recomendada a criação de centros de autodefesa, para coibir a violência doméstica contra a mulher. Surge então o lema: Quem ama não mata!

Em 1983 surgem os primeiros conselhos estaduais da condição feminina (MG e SP), para traçar políticas públicas para as mulheres. O Ministério da Saúde cria o PAISM - Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em resposta à forte mobilização dos movimentos feministas, baseando sua assistência nos princípios da integralidade do corpo, da mente e da sexualidade de cada mulher.Em 2006 é sancionada a Lei Maria da Penha. Dentre as várias mudanças, a lei aumenta o rigor nas punições das agressões contra a mulher. O Parlamento pasquistanês aprova mudança na lei islãmica sobre o estupro: a lei exigia que uma mulher estuprada apresentasse como testemunhas quatro homens considerados "bons muçulmanos" ou, caso contrário, enfrentaria acusações de adultério. A nova lei tira este crime da esfera das leis religiosas e o inclui no código penal.


Já conquistamos muitas coisas porém ainda é pouco, nós ainda somos muito hostilizadas e criticadas na sociedade, o meu parabéns hoje é para todas as mulheres guerreiras, as que trabalham fora e em casa, as que estudam e as que não tiveram oportunidade, parabéns especialmente também para as mulheres mães que criam seus filhos muita das vezes trabalham, estudam e ainda tem que escutar comentários de pessoas mal amadas julgando a sua criação.

Parabéns para nós, somos fortes, lindas, determinadas, proativas, guerreiras e ainda conseguimos fazer tudo isso em cima do salto ou com filho no colo rs! Que tenhamos força todo dia para confrontarmos o machismo e as injustiças que somos submetidas diariamente, vamos à luta!



Até o próximo post, curtam o nosso dia !!

Porquê eu NÃO SOU CONTRA o aborto!


Antes de começar a declarar minha opinião sobre tema queria apenas falar isso: 850 mil !

Por ano no Brasil 850 mil abortos clandestinos são realizados, a maioria da pior forma possível e sem qualquer assistência médica e PIOR regada de julgamentos, violências e negligências. Quando se fala em aborto as pessoas imaginam uma “mãe ruim” assassinando um bebê esteticamente grande, gordinho e coradinho, não é bem assim, vamos retirar um pouco a magia da maternidade que nem todos enxergam e falar apenas dos fatos, o aborto é a interrupção de uma concepção indesejada, ou seja, na maioria dos casos o aborto é realizado nas primeiras semanas e cientificamente está comprovado que até a 9º semana ainda é embrião, não tem como o considerar feto ainda, portanto o embrião não sente nada, muito menos dor, chegou a hora de parar de personificar o embrião, chega de colocar a opinião e o bem estar da mulher pra escanteio!

As pessoas que se dizem contra o aborto sempre se intitulam pró-vida, mas que hipocrisia barata é essa que defende e se importa mais com uma futura vida do que com a que já está presente está sofrendo? Vejo tantas pessoas se intrometendo no útero alheio e querendo OBRIGAR as mulheres a darem a luz a filhos indesejados porque são futuros bebê que tem direito à vida, mas confesso que nunca vi nenhum deles lutando á favor das crianças que estão abandonadas nos abrigos ou que moram em lares inabitáveis e sofrem violências inimagináveis diariamente, quer dizer que eles só se importam com o ser enquanto está na barriga? Pra mim quem é pró-vida tem que ser favor da vida em qualquer estágio independente da cor e da classe social, principalmente da mulher fragilizada que não encontrou alternativa a não ser o aborto.

Ninguém sabe o que passamos o que vivemos e o que sentimos então como uma pessoa desconhecida pode apontar o dedo no nosso rosto e nos crucificar por não querer ter um filho que não foi planejado? Já disse isso
várias vezes em outros posts, toda mulher pode ter filho, mas tem toda mulher tem o dom de ser mãe, filho é pra sempre, os cuidados e os gastos também, portanto existem casos e casos, mulheres que não possuem condições (quem é mãe sabe que a pior dor é não poder dar alguma coisa pro seu filho, não ter dinheiro, não tem coisa pior) não tem jeito com crianças ou não se veem como educadoras, afinal filho é responsabilidade nossa, o que ele irá ser na vida adulta depende da nossa educação então se você não pode repassar e não sabe o que significa valores e princípios morais é melhor nem pensar em ter filhos mesmo. Cada mulher tem seu motivo e eu não me acho no direito de julgá-las por isso, o corpo é nosso e só nós mulheres podemos decidir isso porque a responsabilidade da maternidade é sempre nossa, abortar nunca é fácil, nenhuma mulher sente prazer em fazer isso mas infelizmente ele continua sendo a primeira opção para muitas mulheres, prefiro sim que elas abortem enquanto estão no útero do que  abortem com 2, 6, 9, 13 anos por maus tratos e outros horrores que muitas crianças são submetidas, porque afinal serão crianças indesejadas e na maioria das vezes não serão amadas.

   
“Ah, mas existem tantos métodos para não engravidar hoje em dia que só engravida quem quer”

 Essa frase é a que eu mais escuto quando eu falo que sou a favor do aborto, típico de quem não tem conteúdo e o menor conhecimento sobre o tema! Primeiramente, camisinhas estouram, pílulas anticoncepcionais e do dia seguinte falham assim como os anticoncepcionais injetáveis, sem falar que o acesso a métodos contraceptivos ainda são muito precários, em pleno século XXI faltam preservativos nos postos de saúde. Hoje é aceito a realização do aborto em apenas três casos: estupro, feto acéfalo e quando há risco de vida para a mãe, para outros casos o aborto é considerado crime, mas deixa eu te falar uma coisa, criminalizar o aborto não faz com que ele pare de existir só faz com que o número de mulheres que o provocam e venham ao óbito aumente, é como o tráfico, alguém sempre vai lucrar em cima e nesse caso são os açougueiros e as clínicas clandestinas, o aborto é a segunda maior emergência ginecológica dos hospitais brasileiros, de 850 mil mulheres que abortam 200 mil morrem ou ficam com sequelas do procedimento, o aborto é sim um caso de urgência pública, afinal 80% dessas mulheres são de classe baixa e não tem o mesmo cacife que uma mulher de classe média alta tem para pagar uma clínica limpa que cobra 2 mil reais tais mulheres apelam para métodos perigosos, inseguros, baratos e desumanos como pílulas de tratamento à gastrite que é o caso do Cytotec onde a mulher tem que introduzir as pílulas no canal vaginal, chás abortivos que provocam sangramentos horrendos e imediatos, ou até procedimentos artesanais piores como um caso que vi a pouco tempo no youtube de uma senhora de 71 anos foi presa por fazer abortos com sondas.. SONDAS!  Várias sondas eram introduzidas nos úteros das mulheres que provocava a morte do embrião  lentamente, só quem já teve uma sonda introduzida em seu corpo sabe o quão é ruim.

O pós aborto


Deu pra ter noção do quão maléfico o aborto clandestino é pra quem não tem recursos para realizar um aborto seguro? Como se não bastasse à dor de um aborto, muitas mulheres têm complicações após o ato e precisam de ajuda médica e vão pra onde? Para o SUS e sim, posso afirmar porque não tenho apenas um relato, tenho 24 relatos de mulheres que precisaram recorrer ao SUS e sofreram violências físicas e psicológicas na sala de emergência quando lhes é revelado que o aborto foi provocado essas mulheres são chamadas de assassinas, irresponsáveis e não possuem atendimentos dignos e lhes é até negado uma dose de anestesia, como um ser humano pode fazer isso? Imagine a dor dessas mulheres e o trauma que elas levam pra vida toda, são atos inadmissíveis, mulheres sendo tratadas como animais, minha luta pela descriminalização do aborto é para que essas mulheres que abortam tenham uma assistência de qualidade e possam realizar um aborto de forma segura, porque sim mulheres abortam todo dia e não vão parar de abortar se a legalização acontecer, só vão desaparecer das estatísticas de óbitos.